Trabalhadores da Avibras protestam no BNDES por salários atrasados e continuidade da empresa

Nesta quinta-feira (5), trabalhadores da Avibras Indústria Aeroespacial realizaram uma manifestação em frente à sede do BNDES, no Rio de Janeiro. A ação teve como objetivo cobrar a liberação de recursos para regularizar os 20 meses de salários atrasados e garantir a sobrevivência da principal fabricante de material bélico pesado do Brasil, atualmente em crise.

Reunião com o BNDES

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Weller Gonçalves, liderou a reunião com representantes do BNDES. Ele destacou a urgência de financiamento para salvar a empresa e pagar os funcionários. No entanto, o chefe do Departamento de Recuperação de Crédito do banco, Rodrigo Zamaia Kikumoto, afirmou que o apoio financeiro está condicionado à troca do controle acionário da Avibras, devido à sua grave situação financeira.

Negociação com investidor

O Sindicato está em diálogo com um investidor interessado na compra da Avibras. O investidor, que permanece anônimo, propôs regularizar os salários atrasados e pagar 8% das multas trabalhistas. Contudo, a proposta só será submetida à votação dos trabalhadores com garantias do processo de venda.

Dívida e recuperação judicial

A dívida trabalhista da Avibras está próxima de R$ 380 milhões, enquanto a empresa possui um contrato de R$ 360 milhões com o Ministério da Defesa, cuja antecipação de pagamento poderia ajudar na regularização.

Desde o início da recuperação judicial, em março de 2022, a empresa perdeu 31,47% de seus 1.400 funcionários e atualmente está com a produção completamente paralisada.

Condições dos trabalhadores

Além dos salários atrasados, os trabalhadores perderam benefícios como FGTS, INSS, cartão-alimentação e plano de saúde. Muitos enfrentam o Natal sem qualquer fonte de renda, agravando ainda mais a situação.

Sindicato exige ação federal

O Sindicato exige que o governo federal, por meio do presidente Lula, interceda na negociação com o BNDES, a Avibras e o investidor, garantindo o retorno às operações da fábrica e o pagamento dos salários atrasados.

“Defendemos que o governo federal venha para a mesa de negociação e garanta investimentos para o pagamento dos salários e retorno de uma das mais importantes empresas do nosso país”, concluiu Weller Gonçalves.

Fonte: sindmetalsjc.org.br/