Vale do Paraíba, Região Bragantina e Litoral Norte podem se beneficiar com novos procedimentos para produção de biocombustíveis

O Governo do Estado de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (6) um conjunto de novos procedimentos para a produção de biogás e biometano em propriedades rurais, prometendo impulsionar a sustentabilidade e a economia em regiões estratégicas, como o Vale do Paraíba, a região bragantina e o litoral norte. A medida busca simplificar o licenciamento para instalação de unidades de produção, beneficiando setores agropecuários e incentivando a descarbonização em todo o estado.

Impacto no Vale do Paraíba

Com sua forte tradição agropecuária e polos tecnológicos, o Vale do Paraíba se posiciona como uma região estratégica para a implementação dessas diretrizes. Atividades como a criação de gado e a avicultura, comuns em cidades como Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá, podem transformar resíduos orgânicos em energia limpa, reduzindo custos operacionais e contribuindo para a sustentabilidade ambiental. Além disso, o potencial de parceria com instituições de ponta, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Parque Tecnológico de São José dos Campos, permite o desenvolvimento de soluções inovadoras no setor.

Oportunidades na Região Bragantina

A região bragantina, com sua diversificada produção agropecuária, também pode aproveitar os novos procedimentos. Pequenos e médios produtores de municípios como Atibaia e Bragança Paulista terão a oportunidade de gerar renda adicional ao transformar resíduos em biogás e biometano. O incentivo à produção local de biocombustíveis pode atrair investimentos e fomentar o uso de tecnologias sustentáveis, diversificando a economia regional.

Sustentabilidade no Litoral Norte

Embora o litoral norte tenha menor participação agropecuária, a iniciativa também se mostra vantajosa para essa região, conhecida por sua forte dependência do turismo e pela necessidade de preservação ambiental. Cidades como Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela podem adotar essas tecnologias para tratar resíduos urbanos e do setor pesqueiro, contribuindo para a redução de emissões de gases do efeito estufa e promovendo práticas de turismo sustentável.

Benefícios para o Estado e a Região

De acordo com dados da Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás), o potencial energético de resíduos agropecuários no estado é vasto, e iniciativas como essa são essenciais para sua exploração. Estima-se que apenas os dejetos de suínos poderiam gerar 2,7 bilhões de metros cúbicos de biometano por ano, o suficiente para substituir 2,6 bilhões de litros de diesel. Para o Vale do Paraíba e as demais regiões, isso significa uma economia considerável e maior independência de combustíveis fósseis.

Além disso, as políticas de incentivo à produção de biocombustíveis podem contribuir para o alcance das metas de descarbonização do estado. Atualmente, a matriz energética paulista já é composta por 57% de fontes renováveis, e medidas como essas ajudam a expandir ainda mais o uso de energias limpas.

O Futuro da Energia no Interior e Litoral Paulista

Com capacidade instalada ou em processo de instalação de 0,4 milhão de m³ por dia, São Paulo busca ampliar esse número para 6,4 milhões de m³ por dia. Isso representa um aumento significativo que beneficiará diversas regiões, incluindo o interior e o litoral. No longo prazo, o uso de biocombustíveis em setores como transporte, indústria e agricultura poderá transformar o estado em referência global em sustentabilidade energética.

As regiões do Vale do Paraíba, bragantina e litoral norte, com suas características e potencialidades únicas, estão posicionadas para desempenhar um papel central nessa transformação, mostrando como desenvolvimento econômico e preservação ambiental podem caminhar juntos.

Fonte: CETESB