A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou, em 1º de novembro, uma portaria com requisitos detalhados para a operação dos eVTOLs (veículos elétricos de pouso e decolagem vertical) desenvolvidos pela Eve, uma empresa ligada à Embraer. A expectativa é que esses “carros voadores” entrem em operação em 2026, fabricados na unidade de Taubaté, São Paulo.
Os critérios estabelecidos pela Anac abrangem aspectos cruciais como a estabilidade, controle, estrutura, sistemas de propulsão e segurança da aeronave. Entre as exigências, destaca-se que a aeronave deve estar livre de oscilações perigosas e instabilidades, além de garantir a proteção dos ocupantes durante possíveis situações de emergência. A empresa também precisa demonstrar a capacidade do eVTOL de operar de forma segura sob diversas condições, como impactos com aves e variações climáticas.
Financiamento e Expectativas de Produção
A Eve já havia recebido em 2022 uma linha de crédito de R$ 490 milhões para o desenvolvimento do eVTOL, e agora anunciou um novo financiamento de US$ 50 milhões, proveniente do Citibank, que se soma a um aporte anterior de R$ 500 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento do Brasil (BNDES). Este novo acordo visa estruturar a fábrica e terá um prazo de quitação de 16 anos. Com esses investimentos, a empresa estima uma liquidez projetada de US$ 480 milhões (aproximadamente R$ 2,8 bilhões) para o segundo trimestre deste ano.
Democratização do Transporte Aéreo
A Eve conta com quase 3 mil encomendas de eVTOLs, com um potencial de receita de US$ 14,5 bilhões. De acordo com a empresa, os veículos são projetados para reduzir o tempo de viagens urbanas de uma hora para apenas 15 minutos, atendendo 99% dos trajetos interurbanos. Além disso, a proposta é que o custo das viagens seja comparável ao de carros de aplicativos, tornando os voos mais acessíveis à população.
Os eVTOLs possuem uma autonomia de 100 quilômetros, são equipados com oito motores e têm espaço para um piloto e quatro passageiros. Com menor custo operacional e zero emissão de CO2, os carros voadores são vistos como uma solução inovadora para a mobilidade urbana.
Mercado e Clientes
A previsão é de que os primeiros voos sejam realizados em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e São Francisco, nos EUA, com potencial de expansão para outros locais, como Noruega, Austrália, Quênia, Dubai e Reino Unido. O modelo de operação prevê serviços de transporte para aeroportos e voos turísticos, com a intenção de que os clientes sejam empresas de transporte e não usuários individuais.
Futuro da Mobilidade Aérea
Os eVTOLs estão em processo de regulamentação na Anac, e a abordagem adotada será baseada nos Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil (RBAC), visto que ainda não existe um regulamento específico para este tipo de aeronave. A missão da Eve é “reimaginar as conexões humanas” e criar um novo paradigma para a mobilidade aérea urbana, oferecendo uma alternativa inovadora e sustentável para o transporte nas cidades.
Fonte: g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/
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