Neste domingo (17), a Praia de Guaecá, em São Sebastião, será palco da 2ª edição do evento ‘Na Onda da Jade’, que oferece aulas de surfe especialmente voltadas para pessoas com síndrome de down e Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com início às 10h, o evento busca promover a inclusão e acessibilidade por meio da prática esportiva. As inscrições já foram encerradas, e a expectativa é de que 50 jovens participem dessa experiência transformadora.
A iniciativa é organizada pela escola de surfe Experiência Litoral e conta com o apoio da Prefeitura de São Sebastião, por meio da Secretaria de Esportes (SEESP), da Associação de Surf de São Sebastião (ASSS) e em parceria com a ONG Onda Azul.
Ana, uma das organizadoras do evento, explica que a ideia surgiu em 2023, após Jade, uma paratleta com síndrome de down, vencer sua primeira competição. O objetivo foi incentivar outras pessoas com condições semelhantes a explorarem o esporte e a encontrarem um meio de inclusão e superação.
“Queremos mostrar que meninas e meninos com síndrome de down e autismo podem surfar. Este evento é muito mais do que performance; é sobre proporcionar inclusão e experiências únicas”, destacou Ana.
O evento, devido à alta procura, abriu vagas para voluntários interessados em colaborar. Para se candidatar, basta entrar em contato através do perfil no Instagram: www.instagram.com/jadelie_surf/. Todos os participantes receberão uma medalha de reconhecimento ao final das aulas.
A História Inspiradora de Jade
Nascida em Florianópolis (SC), Jade se mudou com a família para São Sebastião aos 4 anos. Desde cedo, foi incentivada pelo irmão mais velho, Pedro Tanaka, que a ensinou a mergulhar e a surfar. Pedro, que participava de competições de surfe, sempre tinha Jade ao seu lado.
Durante a pandemia de Covid-19, um acidente de mergulho tirou a vida de Pedro, um momento que marcou profundamente a vida de Jade e de sua família. “Jade sofreu muito, pois tinha uma ligação muito forte com Pedro, que sempre cuidava dela enquanto os pais trabalhavam”, compartilhou Ana.
O surfe se tornou um refúgio e um meio de superação para Jade e sua família durante o período de luto. Hoje, aos 19 anos, Jade é bicampeã brasileira de parasurf e segue quebrando barreiras na modalidade.
“Ser atleta de surfe já traz desafios por si só — exposição, medos, falta de patrocínio. Mas ser uma mulher com síndrome de down ampliou esses desafios, mostrando que as barreiras que enfrentamos são maiores do que podíamos imaginar”, finalizou Ana.
O evento ‘Na Onda da Jade’ simboliza a força da inclusão e a capacidade do esporte de transformar vidas, levando adiante o legado de resiliência e amor de Jade.
Fonte: PMSS
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