Um militar do Exército Brasileiro foi detido nesta segunda-feira (21/10) no Comando de Aviação do Exército (Cavex), em Taubaté, São Paulo, sob suspeita de ligação com grupos neonazistas. A prisão é resultado de uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Santa Catarina, que visa desarticular um grupo envolvido em discursos de ódio e apologia ao nazismo.
O militar, um cabo temporário, teria participação ativa em encontros neonazistas, onde se apresentavam com bandeiras suásticas e promoviam discursos de ódio. O Gaeco informou que, embora os crimes atribuídos a ele não estejam diretamente relacionados às suas funções militares, seu conhecimento em táticas de combate e armas de fogo aumenta significativamente o risco associado à sua participação no grupo.
A operação, batizada de “Overload”, foi realizada em várias cidades, incluindo São Paulo, Curitiba, Cocal do Sul, Jaraguá do Sul, Pomerode, Caxias do Sul e Aracaju, cumprindo oito mandados de busca e apreensão, além da prisão preventiva de outros quatro suspeitos. Os membros do grupo se autodenominam skinheads neonazistas e utilizam como símbolo o Sol Negro, um emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana.
Em nota, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) informou que todas as medidas administrativas cabíveis foram tomadas e que o Exército está colaborando com a Justiça para a elucidação dos fatos. O militar permanecerá preso à disposição da Justiça nas instalações do Cavex. O Exército Brasileiro não admite condutas ilícitas que afrontem os valores e princípios da profissão militar.
A investigação do Gaeco também revelou que o grupo mantém uma banda que se apresenta em eventos neonazistas em diversas regiões do Brasil. Além do militar preso, um outro homem detido é suspeito de estar diretamente envolvido em um homicídio ocorrido em 2011, quando um jovem do movimento punk foi assassinado.
Fonte: g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao
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