Recomposição de Mata Nativa Pode Gerar R$ 4 Bi Anuais ao Agro em SP, Beneficiando Vale do Paraíba e Região Bragantina

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Foto: Reprodução

Uma pesquisa inédita revelou que a restauração de vegetação nativa em torno de áreas agrícolas pode gerar um impacto econômico significativo, com um potencial de R$ 4,2 bilhões anuais adicionais ao agronegócio paulista. Este estudo, conduzido pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) em parceria com a USP, destacou como a polinização natural realizada por abelhas provenientes de matas nativas aumenta tanto a produtividade quanto a qualidade de culturas como soja, laranja, café, e frutas como manga e abacate.

Vale do Paraíba e Região Bragantina: Potencial em Sustentabilidade e Lucro

Regiões como o Vale do Paraíba e a Região Bragantina, que já possuem significativa produção de frutas, café e outras culturas, estão entre as áreas que podem maximizar esses ganhos. A proximidade dessas áreas com remanescentes da Mata Atlântica, somada ao interesse crescente em práticas sustentáveis, oferece oportunidades únicas para aplicar os conceitos do estudo.

Essas regiões podem se beneficiar tanto no aspecto produtivo quanto ambiental. A recomposição de matas ciliares ao longo dos rios e nascentes — comuns em áreas como o Vale do Paraíba — não apenas contribui para a polinização, mas também ajuda a preservar recursos hídricos essenciais para a agricultura local.

Ganhos Econômicos e Qualitativos

Com R$ 1,4 bilhão atribuídos à soja, R$ 1 bilhão à laranja e R$ 660 milhões ao café, o estudo detalha como a inclusão de vegetação nativa eleva a produtividade e qualidade dos frutos. Cultivos menores, como goiaba e abacate, também teriam benefícios diretos, enquanto lavouras temporárias como feijão e tomate se destacam com R$ 820 milhões adicionais.

“A presença de matas nativas amplifica os serviços ecossistêmicos, beneficiando o agricultor e a biodiversidade local. É uma solução que une produtividade e conservação”, explica Eduardo Moreira, pesquisador da USP.

Pagamentos por Serviços Ambientais: Incentivos para Expansão

Além da polinização, os programas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) foram destacados como fundamentais para fortalecer a adesão de agricultores. Iniciativas como o Projeto Conexão Mata Atlântica já mostraram resultados concretos em municípios do Vale do Paraíba, incentivando a preservação da vegetação nativa em propriedades rurais.

Investimento Sustentável com Impacto Local e Global

O estudo, que contou com R$ 4,3 milhões em investimentos da Fapesp, reforça a ideia de que práticas sustentáveis não são apenas uma escolha ambiental, mas também uma estratégia econômica. Regiões produtivas como o Vale do Paraíba e a Região Bragantina têm o potencial de liderar esse movimento, transformando desafios ambientais em ganhos significativos para o agronegócio e a sociedade.

Esse é um exemplo claro de como o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental pode trazer benefícios amplos, consolidando São Paulo como referência em sustentabilidade no Brasil.

Fonte: semil.sp.gov.br/

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