Romeiro atropelado na Dutra integrava facção criminosa aponta MP

Edmilson de Meneses, conhecido pelos apelidos “Grilo” e “Bicho que Pula”, morreu atropelado na noite de terça-feira (8), enquanto peregrinava na Via Dutra (BR-116) em direção ao Santuário Nacional de Aparecida, em Santa Isabel. Meneses, de 51 anos, era apontado como integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e estava sob investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Meneses foi identificado em 2020 como um dos 21 suspeitos que faziam parte da nova cúpula do PCC durante a Operação Sharks, deflagrada pelo MPSP. A operação tinha como objetivo capturar criminosos que assumiram o controle da facção após a transferência dos principais líderes para presídios federais em 2019. Na época, Edmilson foi considerado foragido e era réu na investigação. Ele foi absolvido, mas o Ministério Público recorreu da decisão, que ainda aguardava julgamento pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Além disso, Meneses ainda era alvo de uma investigação por lavagem de dinheiro, também vinculada à Operação Sharks, que está em andamento no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo.

A ficha criminal de Edmilson de Meneses é extensa. Desde 1991, ele foi investigado por crimes como dano, roubo e receptação, além de dirigir sem habilitação. Ele tinha 11 processos na Justiça e já havia sido condenado a 24 anos de prisão em um dos casos. Até o momento, não foi confirmado se ele chegou a cumprir essa pena.

No momento do atropelamento, Edmilson estava acompanhado de Roberto Soriano Filho, cujo pai, Roberto Soriano, mais conhecido como “Tiriça”, também tem ligação com o PCC. Em 2023, Tiriça foi condenado a 31 anos e seis meses de prisão pela morte da psicóloga da Penitenciária de Catanduvas, Melissa de Almeida Araújo. Roberto Filho também foi atropelado na ocasião, mas sofreu apenas ferimentos leves e recusou atendimento médico.

O acidente, que resultou na morte de Edmilson, aconteceu durante a tradicional peregrinação de romeiros rumo ao Santuário de Aparecida, prática comum na região durante o mês de outubro, em homenagem à padroeira do Brasil. As investigações sobre o caso continuam.

Fonte:g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano