Avibras fica de fora dos novos investimentos do Governo para indústria de Defesa

O Governo Federal anunciou nesta quarta-feira (12) um pacote de R$ 112,9 bilhões para a indústria de Defesa até 2026, mas não mencionou a Avibras, que enfrenta uma grave crise financeira e não paga salários há 22 meses. A empresa, referência na produção de armamentos e tecnologia militar, está em recuperação judicial e negocia sua venda para a saudita Black Storm Military Industries.

Apesar de o plano de investimentos ser voltado para fortalecer a soberania nacional no setor, a Avibras não foi citada no evento realizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Entre os principais beneficiados pelo pacote está a Embraer, que já recebeu financiamentos do BNDES e da Finep.

Negociações e cobrança por apoio do governo

No final de janeiro, a direção da Avibras anunciou que mantém tratativas avançadas para ser adquirida pela Black Storm Military Industries, empresa da Arábia Saudita, que assinou um contrato de intenção de compra. No entanto, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos reforça que o governo federal tem o dever de intervir para salvar a empresa, garantindo empregos e evitando a perda de tecnologia estratégica para o exterior.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o Sindicato já enviou 11 ofícios ao governo alertando sobre a situação da Avibras e cobrando medidas para evitar sua falência. Até agora, nenhuma ação concreta foi tomada.

Estatização como solução

O Sindicato defende que parte dos recursos anunciados pelo governo seja utilizada para a estatização da Avibras, garantindo sua recuperação e a regularização dos salários dos trabalhadores. Além disso, alerta que, apesar dos investimentos bilionários, o Brasil ainda compra grande parte de seus armamentos de empresas estrangeiras, enquanto a indústria nacional, como a Avibras, exporta majoritariamente para o Oriente Médio.

A incerteza sobre o futuro da empresa preocupa os trabalhadores, que seguem sem salários e sem perspectivas de uma solução rápida. O Sindicato promete intensificar as mobilizações para pressionar o governo a incluir a Avibras no plano de investimentos e garantir a sobrevivência da maior empresa privada do setor de Defesa do país.

Fonte: sindmetalsjc.org.br/

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Marcelo Rodrigues

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