Censo aponta desafios no abastecimento de água e esgoto que afetam cidades do Litoral Norte

O recém-divulgado Censo 2022 trouxe à luz preocupantes dados sobre o acesso à água potável e ao saneamento básico em diversas cidades do estado de São Paulo. Entre as informações mais alarmantes, destacam-se os números que colocam três municípios do Litoral Norte paulista entre os dez primeiros colocados no ranking de abastecimento de água inadequado.

Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, localizados na deslumbrante costa norte do estado, enfrentam desafios significativos no fornecimento de água potável à população, segundo os dados compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essas comunidades, conhecidas por sua beleza natural e turismo vibrante, agora enfrentam a dura realidade de terem uma parcela considerável de seus residentes sem acesso adequado à água.

Os números são preocupantes: em Ilhabela, 6,56% da população não têm acesso ao abastecimento de água adequado, o que representa 2.285 pessoas. Em São Sebastião, esse número é ainda mais expressivo, atingindo 6,39% da população, totalizando 5.204 indivíduos. Em Ubatuba, 4.100 pessoas enfrentam a mesma dificuldade, representando 4,42% da população local.

Além disso, o cenário se agrava quando se observa a situação do esgoto nessas regiões. Quatro cidades do Litoral Norte paulista também se destacam no ranking de municípios com falta de esgoto adequado: Piquete, Silveiras, Areias e São Bento do Sapucaí.

Piquete, em particular, enfrenta uma situação crítica, com 15,83% de sua população, o equivalente a 1.971 moradores, sem acesso ao saneamento básico. Silveiras segue de perto, com 15,57% de sua população, ou 961 pessoas, vivendo sem esgoto adequado. Areias e São Bento do Sapucaí também enfrentam desafios significativos, com 14,66% e 14,14% de suas populações, respectivamente, sem acesso ao saneamento básico.

Esses números refletem não apenas uma falha nas infraestruturas locais, mas também uma lacuna no acesso a serviços essenciais que impactam diretamente a qualidade de vida e a saúde das comunidades. O acesso à água potável e ao saneamento básico são direitos fundamentais, e é crucial que medidas urgentes sejam tomadas para enfrentar esses problemas.

À medida que avançamos no século XXI, é inaceitável que ainda haja áreas que enfrentam dificuldades tão básicas. É necessário um compromisso renovado das autoridades locais, estaduais e federais, bem como investimentos significativos em infraestrutura, para garantir que todas as comunidades tenham acesso a condições de vida dignas e saudáveis. Afinal, o desenvolvimento verdadeiramente sustentável só pode ser alcançado quando todos têm acesso aos recursos essenciais para prosperar.