Nesta sexta-feira, 25 de outubro, representantes da Prefeitura de São Sebastião e da Universidade de São Paulo (USP) se reuniram para discutir um modelo de avaliação de risco de deslizamento desenvolvido pela instituição. O encontro teve como objetivo analisar as condições do solo nas áreas afetadas pelos deslizamentos ocorridos em decorrência do evento climático de 19 de fevereiro de 2023.
Durante a reunião, a doutoranda Rebeca Durço Coelho apresentou um material que detalha uma análise aprofundada das condições do solo nas regiões mais vulneráveis. O professor Carlos Henrique Grohmann, coordenador do Departamento de Geofísica da USP, ressaltou a importância do inventário realizado por pesquisadores dos institutos de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) e de Geociências (IGc) da USP. Utilizando imagens aéreas capturadas em maio, menos de dois meses após o desastre, os cientistas conseguiram reunir dados cruciais para a avaliação de risco.
Os pesquisadores estão empregando a técnica LiDAR (Light Detection and Ranging), que utiliza laser pulsado para medir distâncias com alta precisão, permitindo a coleta de dados mesmo em áreas cobertas por vegetação densa. Essa abordagem possibilita um cruzamento de variáveis que visa desenvolver um método capaz de identificar com maior precisão o risco de novos deslizamentos.
“A técnica LiDAR é um método de sensoriamento remoto que utiliza luz em forma de laser pulsado para medir distâncias, permitindo obter dados com alta precisão, passando por obstáculos como árvores”, explicou Grohmann.
A previsão é que, até o fim de 2025, a nova metodologia esteja concluída e possa ser utilizada para identificar áreas suscetíveis a deslizamentos. Essa informação será fundamental para o planejamento e desenvolvimento de políticas públicas em São Sebastião.
Ricardo dos Santos, coordenador municipal da Defesa Civil, enfatizou a relevância do encontro: “Esse estudo é importante e corrobora com a atualização do Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR), que está em fase de conclusão”. A atualização do plano está sendo realizada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Durante a reunião, o professor da USP solicitou informações adicionais sobre as áreas afetadas pela catástrofe de fevereiro, que podem ser relevantes para os estudos em andamento. Além disso, participaram da reunião representantes das Secretarias de Urbanismo e Meio Ambiente, da Segurança Urbana, Polícia Rodoviária, bem como integrantes da USP, como a professora Camila Duelis Viana, do Instituto de Geociências, e Louise Canavieira, graduanda de Geografia.
A Defesa Civil, a USP e o IPT devem se reunir em breve para analisar o andamento dos trabalhos e discutir as aplicabilidades das novas metodologias em São Sebastião. A colaboração interinstitucional é crucial para garantir que as estratégias de prevenção e resposta a deslizamentos sejam baseadas em dados científicos e avaliações rigorosas.
Fonte: www.saosebastiao.sp.gov.br/noticia
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